sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Mário Machado detido na Suécia (revista Sábado ; Correio da Manhã ; Observador)

O antigo dirigente da Frente Nacional diz à SÁBADO que esteve 30 horas detido na Suécia, onde ia falar numa conferência nacionalista. Agora está proibido de entrar no país nos próximos três anos
Cinco meses após sair da prisão em liberdade condicional, Mário Machado foi detido na Suécia. O incidente aconteceu sexta-feira, dia 29 de Setembro, depois de o antigo dirigente da Frente Nacional e ex-líder do movimento skinhead Portugal Hammerskins ter aterrado na Suécia, para ser orador num dos eventos dos ultranacionalistas Nordic Resistence Movement.

A detenção aconteceu logo após Machado aterrar no aeroporto de Gotemburgo. Em declarações à SÁBADO, o antigo dirigente da Frente Nacional diz que, mal pôs "os pés no aeroporto", foi "recebido pelas secretas e polícia sueca". "Estive detido durante 30 horas e fui deportado de volta para Portugal, estando agora proibido de voltar àquele país durante 3 anos", disse. "Senti-me um verdadeiro preso político", acrescentou.

Mário Machado não compreende o motivo da detenção - e garante que as autoridades suecas não o deixaram falar com a embaixada ou com advogados. "Se tivesse levado uma arma ou gritado no avião, eu compreenderia a detenção. Mas eu só estava a tentar viajar para outro país, aproveitando a livre circulação de pessoas dentro do Espaço Schegen", explicou.

O antigo líder skinhead conta que foi levado para uma prisão sueca e, durante as 30 horas em que esteve detido, foi interrogado três vezes pelas secretas. "Os polícias deram-me uma farda verde, uns boxers e puseram-me mesmo dentro de celas. Estive 30 horas na prisão e avisaram-me que a detenção podia ir até 300 dias. Acabei por sair, mas deportaram-me", descreve.


Fonte próxima do processo confirmou à SÁBADO que Mário Machado foi, de facto, detido à chegada a Gotemburgo. A mesma fonte adianta que "a detenção aconteceu devido ao antecedente criminal de Mário Machado". Recorde-se que Mário Machado cumpriu quase 10 anos de prisão por discriminação racial, coação agravada, posse ilegal de arma e ofensa à integridade física qualificada e tentativa de extorsão.


As autoridades suecas souberam que Mário Machado se encaminhava para a Suécia para participar no evento ultranacionalista Nordic Resistence Movement. Além disso, também foram detidos outros líderes de extrema-direita europeus, como Julian Bender do partido neo-nazi Der Dritte Weg. 
Apesar da detenção, que o levou a faltar a uma manifestação em Gotemburgo marcada por confrontos violentos que provocaram  dezenas de feridos e detidos, Mário Machado garante que "os dias na Suécia foram proveitosos". "Mostrámos que o sistema se atropela a si próprio e aproveitei para estreitar relações com outros camaradas nacionalistas. Desde então, o meu novo movimento Nova Ordem Social já foi convidado para ir a eventos nacionalistas na Alemanha e Hungria, e até já temos entrevistas marcadas", disse.

"O tempo na prisão não fez mossa às minhas crenças nacionalistas"
Mário Machado está em liberdade condicional desde Maio de 2017, após ter estado quase 10 anos na prisão. Contudo, conta o próprio à SÁBADO, nada o mudou. "O nacionalismo está-me no sangue. Sou-o desde os meus 14 anos. O tempo na prisão não fez mossa em relação às minhas crenças. Se nada mudou com isto [a prisão], não irei mudar", disse o antigo dirigente da Frente Nacional. 

Confrontado com um possível retorno para a prisão, Mário Machado admite que tal "é sempre uma possiblidade. "Estou em liberdade condicional, e nem respirar um segundo posso fazer. Mas também é por isso que me licenciei em Direito - sei até onde posso ir. Era esse o meu objectivo quando saí. Agora quero fazer tudo o que for possível ao meu alcance para seguir o meu caminho politico", disse, garantindo que "a violência é uma coisa do passado". "Já não é o meu estilo", frisa.

O antigo dirigente da Frente Nacional diz que já sabe "qual o trilho político a percorrer". Durante a prisão, em 2014, Machado fundou um movimento - o Nova Ordem Social (NOS). Esteve "congelada" até Maio de 2017, e começou no activo há cinco meses. Até onde quer o nacionalista português levar o NOS? "Queremos ser um partido. Primeiro, criar secções e regiões pelo país, ter número e força para começar a sair à rua, espalhando propaganda enquanto movimento. Depois, quando tivermos a estrutura preparada, recolher as 7500 assinaturas necessárias para fazer um partido político", explica Machado. "Depois... é fazer a progressão normal de qualquer partido: chegar ao poder", conclui.

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